Estive na Campus Party desse ano e vou contar um pouco do que vi no evento…
Conforme falei na semana passada, na última semana estive na Campus Party, um super evento em São Paulo que envolve várias áreas da tecnologia numa grande feira com vários palcos, palestras, eventos de tecnologia, workshops e debates. Esse foi o primeiro ano que participei e gostei bastante do evento. Obviamente houve pontos positivos e negativos, mas vou falar das impressões que tive e um resumo do que vi por lá.
Instalações e local
Esse ano o local escolhido foi o Parque de Exposições Anhembi, relativamente próximo ao metrô Tietê-Portuguesa. Havia vans que levavam do metrô ao parque, embora demorassem um pouco e às vezes mesmo com fila grande havia apenas duas. O transporte era gratuito.
O local da Campus Party era bem grande. Tirei uma foto de cima de apenas um pedacinho da área das palestras que era restrita aos campuseiros (havia uma outra área, destinada ao público geral que era gratuita, com estandes de empresas como Uol e Hotwords).
A internet no local funcionava bem, erá rápida e havia vários lugares onde se podia sentar e plugar o micro na rede e na energia. Apesar de não ter Wi-Fi no local (e poderia ter uma rede oficial) alguns usuários levaram roteadores e criaram suas próprias redes wireless.
Alimentação e preços
Os preços praticados lá dentro eram exorbitantes. Água a 3 Reais, refrigerante latinha a 4 Reais e almoço a 25 Reais (e qualidade não era muito boa). Havia um restaurante self-service com preço um pouquinho melhor e comida mais honesta, mas ainda assim bem caro mesmo para os padrões da cidade de São Paulo. Algumas empresas aproveitaram para capitalizar na fome do campuseiro como a Opera, que distribuiu donuts:
Lógico que aproveitei e mandei brasa. =D
Palestras
As palestras foram excelentes, apesar de na área de mídias sociais terem sido um tanto quanto fracas na questão de conteúdo. Posso destacar como as melhores:
Fabio Ricotta (SEO para blogs) – uma palestra excelente com dicas diretas ao ponto para blogueiros melhorarem a posição dos seus sites nas pesquisas, dicas de ferramentas e sites para ajudar. Enfim, muita informação de qualidade em pouquíssimo tempo de palestra. A meu ver foi a melhor palestra que vi.
Neil Harbisson (Cores e Cyborgues) – outra excelente palestra sobre um tema um tanto quanto absurdo: cyborgues. Sendo o próprio Neil um cyborgue e presidente da fundação cyborgue, ele mostrou como a tecnologia pode aprimorar as pessoas e também ajudar pessoas cegas ou com outras necessidades especiais
Também vi muitas palestras e debates de excelente qualidade, como Marcas podem ser pessoas? com Nizan Guanaes e outras autoridades na área publicitária; o debate Os filhos da internet com os hypes Cid do blog Não Salvo, Pc Siqueira, Rafinha Bastos, Rosana Herman entre outros. A palestra do dono do encurtador http://pqp.vc também foi excelente, assim como outras que falavam sobre Pirataria x Internet, WordPress, Como não ferrar a user experience… enfim, muita coisa legal.
Algumas outras não me agradaram muito, como:
Edney Souza (Como ganhar dinheiro com blogs) – O pai da blogosfera brasileira deu uma entrevista que achei bem em cima do muro. Pareceu que só estava lá para cumprir tabela. Claro que ele não ia chegar lá e ensinar tudo que sabe em 45 minutos (e ele sabe muito. Fato), mas a palestra não foi de muita serventia para leigos (os assuntos foram pincelados muito superficialmente) e para quem já sabia algo, choveu no molhado. Ao final rolou uma homenagem (merecida, claro) de blogueiros “famosos” a tudo que ele já fez pela profissionalização da blogosfera.
Palestra com @nairbello – O rapaz tentou apenas fazer piadas e fez um debabte que não disse nada sobre coisa nenhuma além de palavrões soltos a esmo e piadas ensaiadas e sem graça. Perda de tempo.
Debate com @kibeloco, @jacarabanguela e editores do Sensacionalista e Charges.com.br – Apesar de divertido o debate não foi muito além do desfile de egos. A plateia não ajudou, pois só perguntava sobre a censura recente sofrida pelo humorista Rafinha Bastos.
Resumindo, houve acertos na maioria das palestras, mas acho que a organização poderia ter dosado um pouco colocando menos debates com pessoas engraçadinhas e mais palestras técnicas. Opinião minha, claro.
Casemods
Uma área a parte, campuseiros mostraram que não estavam de brincadeira. Além do PC de 30 mil Reais que saiu em vários jornais, chamavam atenção o animatronic Iron Man, e o casemod Godfather.
O joker também era um caso a parte:
Interações e promoções
Toda hora era possível ver pessoas correndo, entrando em filas, fazendo flashmobs e gincanas em busca de prêmios que iam de chaveiros, pendrives, camisas e doces a Ipads.
Várias vezes entrei em filas sem saber qual era o prêmio porque eram muitas as promoções. Algumas bem divertidas. Muita gente renovou o guarda-roupas levando embora umas 10 camisas de empresas diferentes.
No meu caso valeu totalmente a pena. Me dei bem e acabei ganhando um Ipad2 na promoção do estande da Hotwords.
Que chato, né? Hehehe.
Segurança
Houve falhas graves. Pessoas tiveram seus notebooks roubados e 2 barracas foram assaltadas. Uma pessoa chegou até a ser presa furtando notebooks. De fato, poderia haver melhor controle na entrada, mas digo que os campuseiros tiveram sua parcela de culpa em dois pontos:
1. O cadastramento dos micros foi insistentemente solicitado, pois assim um notebook só sairia do local com o dono. Mas, no penúltimo dia muita gente ainda não tinha ido cadastrar seu equipamento.
2. Vários campuseiros achavam que estavam em casa. Deixavam o micro na bancada e iam passear. Mais de uma vez a pessoa ao meu lado deixou seu Mac sem trava na mesa ao meu lado e foi passear mais de 20 minutos. Se eu fosse o ladrão, estaria com um (outro 🙂 ) Apple novinho em casa. Faltou um pouco de malícia nos campuseiros.
Concluindo
A Campus Party foi um excelente evento no qual eu voltarei com certeza. Existem algumas arestas a serem aparadas. Talvez um local que não precisasse de van após o metrô. Uma reforçada na segurança também seria bom.
Pessoal, essas foram as minhas impressões de lá. E você leitor? Foi até lá esse ano? O que achou?