Às vezes me pergunto enquanto estou jogando poker com meus amigos: ora, por que este jogo não pode ser mais parecido com o que acontece nos filmes? No cinema os jogadores chamam-se James Bond, usam ternos, bebem Martini e apostam milhões. Na casa dos jogadores normais, nos finais de semana, bebe-se cerveja e usa-se qualquer roupa para jogar. De toda forma, essa não é a maior diferença: a maior são as mãos vencedoras.
Já repararam como no cinema os protagonistas sempre vencem com uma mão incrível? Bom, isso só acontece porque o adversário sempre tem uma mão absurdamente forte. Mas, convenhamos, não é isso que acontece na vida real. Jogando poker online (na Full Tilt J), já perdi as contas das vezes que ganhei com um par de ás. Vejamos então a maior maluquice no poker que Hollywood já nos proporcionou.
O filme em questão chama-se Maverick. Tendo Jodie Foster como “mocinha”, o filme adota uma temática Western (faroeste) e tem Mel Gibson como protagonista – cujo nome é o mesmo do filme. A sinopse é simples: em meio a uma série de aventuras, um inveterado jogador de poker (Gibson) tenta arrumar os três mil dólares (que nos dias atuais seriam algo como 20 mil dólares, ajustando a inflação) que lhe faltam para participar de um jogo milionário em uma barca do rio Mississipi – no qual o vencedor recebe meio milhão de dólares (mais de 5 milhões em valores de 2013).
A mão final, obviamente, seria a mais absurda e cinematográfica possível. O protagonista tem de vencer um straight flush (o que por si só já é absurdo). Não bastasse a mão do adversário, outro adversário aparece com uma quadra. Ele vence? Calma, já digo. Na modalidade 5 card draw (na qual o jogador dispõe de 5 cartas), ele pode trocar sua mão antes do final (até 4 cartas). Gibson tem um 10, um valete, uma dama e um rei – todos de espada. E então, antes de trocar a última carta (que deveria ser um ás para ter um royal straight flush, a jogada mais forte e impossível de acontecer no poker) ele aposta todas suas fichas.
Óbvio, o ás aparece… e Gibson o lança em cima das fichas para vencer a partida. Surreal e pouco realista, mas isso é o cinema.