Desde que o mundo existe o DNA é modificado apenas de forma natural, mas nos últimos anos a bioengenharia vem mudando isso, levando à criação dos humanos 2.0.
De acordo com a Teoria da Seleção Natural de Charles Darwin os seres vivos são selecionados de acordo com o seu grau de adaptação ao ambiente. Dessa forma apenas os mais aptos sobrevivem.
No entanto a medicina começou já há muitos anos a alterar esse cenário salvando muitos indivíduos dos seus problemas de saúde por meio de exame de DNA.
Mais recentemente com a evolução das técnicas moleculares e conhecimentos sobre a genética, passou a ser possível modificar o DNA dos seres vivos.
Assim a bioengenharia vem possibilitando a manipulação do DNA dos indivíduos para proporcionar a cura de doenças.
E com os avanços futuros será possível também criar humanos 2.0. Se você quer saber mais sobre isso, continue lendo esse artigo.
A bioengenharia e a edição genética
Após a descoberta da estrutura do DNA no ano de 1953, os cientistas voltaram os seus olhos para essa molécula fantástica.
Com o tempo os estudos foram revelando que praticamente todas as características físicas e psicológicas dos indivíduos poderiam ser explicadas pelo DNA.
Já em 1970 alguns cientistas iniciaram estudos para alterar o genoma de alguns organismos vivos, o que levou ao desenvolvimento de medicamentos muito importantes por meio do uso do DNA recombinante.
Como os genes são alterados?
Apesar de haver diversas ferramentas de edição de genes, as principais usadas atualmente são:
- nucleases dedos de zinco (ZFN);
- nucleases TALE (TALEN);
- sistema CRISPR/Cas.
Com a utilização delas pode-se realizar a quebra da molécula de DNA nos locais exatos em que as alterações devem ser feitas.
Com isso é possível corrigir as regiões do DNA responsáveis pelas características indesejadas, por meio da inserção da sequência adequada.
Editar genes e curar doenças
Até o século passado os portadores de problemas genéticos tinham que passar a vida toda com ele, visto que não havia nenhuma forma de cura real.
Mas então esse cenário começou a mudar quando os cientistas se dedicaram a manipular genes “defeituosos” de camundongos. Com isso a esperança em se encontrar mecanismos de edição e cura se acendeu.
O primeiro ser humano a passar pela edição genética buscando a cura foi Brian Madeux, de 44 anos e portador da síndrome de Hunter.
O que a biotecnologia pode fazer nesse sentido?
O CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats) é uma das principais ferramentas utilizadas atualmente na bioengenharia na edição do material genético.
Isso porque essa é uma enzima que detecta o material genético de organismos invasores como vírus, por exemplo. Isso é muito útil para que um ataque viral seja interrompido com sucesso.
A descoberta desse tipo de ação da CASP foi um dos primeiros indícios de que a bioengenharia seria capaz de criar humanos 2.0, imunes a diversos tipos de doenças.
Com as novas possibilidades de edição de genes por meio da ativação e inativação deles, criaram-se infinitas novas possibilidades de aplicação da bioengenharia na medicina.
Tratamento de roedores portadores de HIV
Um estudo feito no ano de 2015 utilizando como modelo animal camundongos portadores do vírus HIV mostrou que o uso da CRISPR apresentou aproximadamente 50% de eficácia no combate ao vírus.
Do mesmo modo espera-se que em breve células cancerígenas sejam tratadas da mesma maneira, adicionando-se a CRISPR ao sistema imunológico dos pacientes.
Isso possibilitará provavelmente que a quimioterapia seja substituída pela terapia realizada por meio de bioengenharia.
Mas e os seres humanos 2.0?
Antes de mais nada é essencial ressaltar que o sequenciamento do genoma humano ampliou as possibilidades do uso do DNA para diagnóstico de problemas de saúde.
Por meio da detecção de falhas, que é feita por comparação às sequências consideradas ideais, é emitido um laudo com a probabilidade de desenvolvimento de doenças futuras.
Além disso o relatório emitido também informa ao paciente quais são os problemas que eventualmente já estão ocorrendo.
Isso permite que a adoção de medidas preventivas seja feita precocemente, de modo que o desenvolvimento ou agravamento dos problemas seja evitado.
Vale ressaltar que esse tipo de aplicação da bioengenharia já é uma realidade apesar de apresentar custos elevados.
O ser humano vai alcançar a imortalidade?
Atualmente é possível perceber que a ciência está em pleno desenvolvimento e, com isso a expectativa de vida do ser humano tem aumentado muito.
Se atualmente o DNA já pode ser editado, possivelmente no futuro será possível fazer isso todas as vezes que algum problema for encontrado. Sendo assim pode ser que daqui alguns anos o homem encontre a fórmula para a própria imortalidade.
Seres humanos perfeitos
Atualmente já é possível selecionar algumas características desejáveis antes de o embrião ser colocado no útero em procedimentos de reprodução assistida.
No futuro será possível selecionar cada uma das características desejáveis, criando assim o ser humano perfeito. Provavelmente os humanos 2.0 serão assim, quase sem defeitos.